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Flanelinhas Irregulares Causam Transtornos para Motoristas e Comerciantes no Bairro Azenha, Porto Alegre

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Irregulares, flanelinhas perturbam motoristas e comerciantes no bairro Azenha, em Porto Alegre

Flanelinhas irregulares

Porto Alegre, 20 de Agosto de 2023 – No cenário urbano de Porto Alegre, uma questão indesejada tem chamado a atenção de motoristas e comerciantes no bairro Azenha. Trata-se da presença persistente e muitas vezes intimidadora dos flanelinhas, indivíduos que se autodenominam “ajudantes” para encontrar vagas de estacionamento. Entretanto, essa atividade encontra-se proibida por lei municipal, resultando em um conflito entre aqueles que buscam estacionar e os regulamentos da cidade.

A avenida Azenha, localizada no bairro de mesmo nome, é notória por abrigar flanelinhas em suas calçadas, sempre em pares, trajando coletes refletivos, tornando-os facilmente identificáveis. Estes flanelinhas, no entanto, não se limitam a auxiliar na busca por estacionamento; eles pressionam motoristas a realizar “contribuições espontâneas”, muitas vezes exorbitantes, estipuladas por eles mesmos, ignorando as leis e a autoridade. A proximidade de estabelecimentos como shoppings, escolas e centros de saúde amplia a demanda por estacionamento, transformando a região em um terreno fértil para esses indivíduos.

Enquanto motoristas enfrentam a pressão desses flanelinhas, os comerciantes da área não estão isentos de problemas. Ivan Macagnan, morador e proprietário de um mercado local há mais de duas décadas, expressa sua frustração quanto à situação. Ele critica tanto os flanelinhas quanto os batedores de carteira que se aproveitam das distrações dos pedestres para praticar furtos. “Isso afasta clientes. É terrível. Tentamos ser solidários ao deixar frutas na frente da loja para os garis, mas frequentemente alguém as leva. Recentemente, levaram a própria caixa onde as frutas ficavam”, lamenta Macagnan.

Mesmo com a presença policial, esses flanelinhas atuam impunemente, tirando vantagem da escassa fiscalização por parte do poder público. Eles não hesitam em abordar motoristas e pedestres, causando prejuízos financeiros, gerando medo constante e, em alguns casos, levando moradores a abandonar a região. A Guarda Municipal, responsável por supervisionar essas atividades, tem encontrado dificuldades em manter um controle eficaz, mesmo com patrulhas frequentes. Comerciantes relatam ameaças diretas feitas por flanelinhas a cidadãos, como o caso de um homem que ameaçou uma senhora com um tiro caso ela se recusasse a pagar.

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Os flanelinhas operam em sistema de revezamento, evitando serem facilmente identificados e punidos. Eles não se limitam às calçadas, frequentemente adentrando a via, causando interrupções no trânsito para chamar atenção aos estabelecimentos locais. Apesar das críticas, alguns motoristas enxergam aspectos positivos na presença desses indivíduos, considerando que eles podem realizar pequenos serviços por uma quantia em dinheiro. Tamara Martins, vendedora em uma loja da região, compartilha sua perspectiva: “Nunca tive problemas com eles, às vezes até ajudam em pequenas mudanças”.

Nilo Augusto, aposentado e motorista de aplicativo, residente no bairro Humaitá, comenta que os flanelinhas são uma presença recorrente em sua área, devido às partidas de futebol no estádio Arena do Grêmio. Para ele, essa é uma atividade que esses indivíduos abraçam por falta de outras oportunidades. “Acredito que eles fazem esse trabalho por falta de alternativas”, pondera. Ele próprio utiliza os serviços de um flanelinha ao estacionar na Azenha.

A Secretaria Municipal de Segurança Pública (SMSEG) revela que a atuação dos flanelinhas é uma das principais infrações registradas pela Guarda Municipal de Porto Alegre, representando 29% de todas as autuações no período entre janeiro de 2020 e março de 2023. Durante esse intervalo, 485 multas foram aplicadas, totalizando R$ 37,7 mil em penalidades. No entanto, 216 autuações ainda aguardam julgamento de recursos, podendo resultar em um aumento desse valor.

O comandante da Guarda Municipal da Capital, Marcelo do Nascimento Silva, reconhece as dificuldades enfrentadas em coibir essa atividade ilegal de forma consistente. As operações de fiscalização têm suas limitações, principalmente devido à falta de efetivo e de viaturas disponíveis. Ele reitera a importância das denúncias por parte dos cidadãos, que auxiliam na identificação dos locais com maior necessidade de intervenção. O comandante também destaca que iniciativas recentes, como um curso de formação para novos agentes e um concurso para o recrutamento de mais guardas, estão sendo implementadas para fortalecer o policiamento na região.

A problemática dos flanelinhas irregulares persiste no bairro Azenha, em Porto Alegre, causando preocupação e desconforto para motoristas, pedestres e comerciantes locais. À medida que as autoridades se esforçam para controlar essa situação, os cidadãos continuam a enfrentar desafios e incertezas no que diz respeito ao estacionamento e à segurança pública na região. Com a promessa de medidas mais eficazes e um maior efetivo policial, espera-se que a presença indesejada dos flanelinhas diminua e a tranquilidade seja restaurada nas ruas da Azenha.

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